segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fragmento de um diálogo imaginário

— Have you found someone who makes you think: "this might be The One, I definitely could be happy after ever with this person"?
— Well... yeah... a couple of times...
— No, I mean... Now... Do you have someone that brings these thoughts? Did you find this person?
— ... I found you!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Balanço...

Faz tempo que estou querendo voltar a estas paragens, mudar o rumo da prosa, contar o que tem acontecido ou comentar o que não tem acontecido... mas, sei lá... mesmo achando que escrever é a "minha arte", alguma coisa sempre me segura... vai ver é a inércia, né?! Preciso reunir uma força superior para conseguir sair do lugar...

Agora, com a chegada de dezembro e suas festanças, tenho visto por aí tantos posts e textos dedicados ao tal balanço de fim de ano e às perspectivas e promessas para 2009, que pensei "Mas que ótima oportunidade!!!" (tão boa quanto todas as outras que tive nesses últimos quatro ou cinco meses, e deixei passar!). A verdade é que já passou da hora de sair dessa letargia.

Engraçado... desde o início do fotolog eu sempre me empenhei bastante para fazer posts interessantes, coesos e coerentes... teve uma época em que eu me divertia muito pensando no que eu iria postar, tinha milhões de idéias e posts novos todos os dias da semana. Deliberadamente, não postava nos finais de semana, só bem de vez em quando. Eu passava horas procurando a foto perfeita para o texto que eu queria postar, ou o texto que mais se adequasse à imagem escolhida... Adorava!!! Até hoje tenho o fotolog, mas já não atualizo com tanta freqüência, sei lá, acho que broxei um pouco, as pessoas sumiram, quase ninguém comenta... mas eu ainda gosto muito dele e, volta e meia, quando tenho algum insight, volto a dar as caras por lá.

Ontem bateu uma nostalgia e resolvi passear por todos aqueles posts... cada um é único e especial, foi bom relembrar a aventura que foi preparar alguns deles, e ver como muitos já não fazem tanto sentido e como uma meia dúzia resultou genial e ainda têm seu valor. Mas aí comecei a pensar... eles foram sempre muito pensados, burilados, mas, mesmo os mais espontâneos, não são corriqueiros. Lá não se vê coisas cotidianas, planos para o fim de semana ou relatos de como foi meu dia.

Aí parei para pensar... sou leitora regular de alguns blogs e os que mais me divertem são justamente esses que cumprem a função de "diário" mesmo, os que mostram o dia-a-dia, que se aproximam mais do rés-do-chão...

Então essa é a minha primeira resolução de Ano Novo: tornar o blog mais cotidiano, atualizar com freqüência, mostrar um pouco mais de mim... (não deve ser difícil, até porque não acontece muita coisa na minha vida, hehehe). A arte fica para o fotolog.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Narcisismo epistolar

(ou Afinal, o que menos importa é o destinatário)

.

Olá, beibe!

Esta semana começou no ritmo do final da semana passada, totalmente trash. Só agora consigo vislumbrar uma luz no fim do túnel — provavelmente é o trem carregado de trabalho que sempre me atropela na segunda metade da semana.

Hoje é o início oficial da minha tpm e eu deveria começar hoje também a tomar minhas drogas anti-tpm, mas, em vez disso, me empanturrei de chocolate e coca-cola (e mais tarde certamente será café), tudo o que eu deveria evitar, porque são estopim para toda a crise que acompanha esse período.

Estou me sentindo como no poema do Drummond: sem mulher, sem discurso, sem carinho e, eu diria mais, sem dinheiro. Sinto que estou tomando um calote, pois as pessoas dos tccs ainda não me pagaram e simplesmente não respondem meus e-mails. Para além disso, estou cheia de perebas (olhos irritados, apesar do colírio, herpes no canto da boca por causa do tempo seco), reflexo de uma imunidade que está abaixo de zero. E agora, José?

Hoje a Juliana descobriu meu esconderijo secreto no HD dela e me despejou. Tive que fazer milagres para empacotar minha mudança na hora do almoço, e seguramente ainda ficaram pra trás uns bons 20 GB.

E como, depois da overdose da semana passada e do fim de semana, eu quero mais é distância de computador, vou aproveitando as noites para assistir a todas essas coisas (sim, pelo menos 90% do que eu tinha no computador da Juliana eram filmes). Ontem tinha planos de assistir a "Volver", mas acabei optando por "Desperate Housewives", que é mais curto, me faz rir e estava parado no meu aparelho de DVD havia uma era.

Como você pode ver, não está sendo uma semana fácil, mas me anima saber que ainda há espaço em mim para a poesia e um pouco de espirituosidade. E para não dar motivos para pensarem que eu só reclamo e que meus e-mails nada têm de interessante, aí vai uma canção que não tem nada a ver comigo especificamente (exceto pelos dois últimos versos da segunda estrofe), mas que me diverte bastante. Espero que goste.

===========================
Mushaboom
Feist

Helping the kids out of their coats
But wait the babies haven't been born
Unpacking the bags and setting up
And planting lilacs and buttercups

But in the meantime I've got it hard
Second floor living without a yard
It may be years until the day
My dreams will match up with my pay

Old dirt road
Knee deep snow
Watching the fire as we grow old

I got a man to stick it out
And make a home from a rented house
And we'll collect the moments one by one
I guess that's how the future's done

How many acres how much light
Tucked in the woods and out of sight
Talk to the neighbours and tip my cap
On a little road barely on the map

Old dirt road
Knee deep snow
Watching the fire as we grow old
Old dirt road
Rambling rose
Watching the fire as we grow well I'm sold

===============================

É isso. Agora é a sua vez. Talk to me!

.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Com perdão do trocadilho...

.

... não há nada mais chato em publicidade do que texto legal.

.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ode à TPM

.

(Mais conhecido como...)

A morte absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.

.

Manuel Bandeira

.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

I am Forrest, Forrest Gump!

Volta e meia, nessa minha vida besta pacata, passo por situações que me fazem sentir como uma personagem de algum livro ou filme. Não, não é bem isso, não me expressei bem. Não é que eu viva situações que me levam a pensar "hum... isso daria um filme/livro", não é isso. É uma coisa de momento. Sabe aquela expressão "tenho meus momentos"? Pois é... volta e meia eu tenho meus momentos cinematográficos e literários (às vezes os dois ao mesmo tempo, como você pode ver aqui).

Pois bem, ontem à noite eu estava em casa, meio sem sono, meio com preguiça de ir dormir (sim, eu tenho preguiça de ir dormir), meio pensando que eu já deveria estar dormindo, porque estava tarde e hoje ainda era dia de branco, quando minha preguiça foi interrompida por um clássico barulho de colisão de automóveis (batida de carro, para os leigos). Não foi nada muito estrondoso, não teve grandes freadas ou derrapagens (apesar do asfalto molhado); pelo barulho, eu diria que foi uma batida comedida porém vigorosa.

Fiquei feliz por ter arrumado a porta da sacada. Antes eu ia para a janela, mas não dava para ver nada além do muro do Peixinho e o semáforo da esquina; agora, da sacada, eu consegui ver um pedacinho de um carro atravessado no meio do cruzamento, parecia uma Kombi. O outro, um Peugeot 206 preto, na minha imaginação fértil (Celta, também preto, na cabeça da minha irmã, que nem estava acordada — nem acordou — na hora da batida), eu não vi, mas a Kombi deve tê-lo acertado em cheio do lado, ou lateral dianteira com lateral dianteira, porque foi uma pancada definitiva, sem cascalhos de ruído depois.

Como diria Mário de Andrade, "fez-se um silêncio de morte". Mas ninguém morreu, e acho que nem se machucou, pois, uns poucos segundos depois, o silêncio foi dissipado por uma menina totalmente descompensada se esgoelando no meio da noite, "Olha o que você fez no meu caaarroo!!! Você tá bêbado, seu desgraçadoo!!! Olha o que você fez no meu carrooooo!!!!". Ele devia estar mesmo bêbado, pois só dizia "Calma, não aconteceu nada, não fez nada no teu carro". Uma amiga veio logo em seguida, "Calma, Paula! Calma!". "Olha o que esse desgraçado fez no meu carro! Eu não vou ficar calma!". "Calma, Paula!". Mas a Paula não estava muito interessada em se acalmar, e continuou a gritaria.

Eu, mais que rápido, passei a mão no telefone e liguei para o 190 — e descobri que para o 190 o celular liga mesmo estando com o teclado bloqueado; depois soube que se você discar 911 ele te manda ligar no 190 (como se funcionasse!), não não fui eu que liguei, foi minha outra irmã — enfim, liguei para o 190 e acho que esse é o número de vezes que você tem que tentar antes de ser atendido. Como eu não estava com muita paciência, tentei só umas seis vezes e, como não deu certo, liguei pro 193 (Siate), mesmo achando que não tinha ninguém machucado (bom, não pelo acidente, mas como a Paula ainda estava descontrolada...), vai que eles têm uma linha direta com o pessoal do 190, né? Mas a moça disse que, como era "colisão de automóveis", eu tinha que ligar no 154, que é o Departamento de Trânsito. Lá fui eu acordar a mocinha do trânsito, ela não gostou muito e desligou na minha cara, só que como ainda não tinha ninguém conseguindo segurar a Paula para ela não matar o bebum da Kombi, liguei de novo (não sei de onde eu tiro tanta determinação às vezes, fico de cara!).

Esse foi meu momento Forrest Gump (já estava quase esquecendo que era esse o mote do post). É claro que essa referência só vai fazer algum sentido para alguém que tenha visto o filme umas 762 vezes... como eu! Engraçado... meus momentos cinematográficos são sempre sobre seqüências coadjuvantes, peripécias desimportantes, grandes feitos desprezados... com Amélie também foi assim...

É, minha vida não tem muitos momentos "que dariam um filme", mas um ou outro sempre acaba rendendo um post.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Personagens cotidianos

.

O Lucas é um menino lindo. Mesmo com 19 anos, um rapaz grande, forte e loiro, o que eu vejo quando olho pra ele é uma criança, um meninão. Não que ele seja um retardado com idade mental limitada. Ele simplesmente tem o jeito doce de uma criança.

O Lucas luta boxe e volta e meia chega todo estropiado, cheio de hematomas e machucados, mas com a maior cara de feliz. Enquanto o resto do pessoal combina baladas e botecos para depois do expediente, ele só pensa em ir treinar. Quem o vê com sua mochila e suas luvas, já o imagina um troglodita, mas ele é de uma delicadeza sem tamanho.

Tímido ou simplesmente muito educado, o Lucas não fala muito, e quando fala, fala baixo, fala manso, parece que está sempre com medo de incomodar. Todos os dias, depois do almoço (às vezes de manhã também, logo que chega ao serviço), o Lucas vai até sua mesa, coloca pasta de dente na escova e sai desfilando com a escova na boca, em direção ao banheiro.

O Lucas fala "dois outdoores", e sempre tenta concordar os plurais corretamente. Ele não dá a mínima para o acordo tácito dentro da agência de economizar papel e sempre imprime os materiais que finaliza, porque sabe que eu não gosto de revisar na tela. Ou porque não tem preguiça de ir até a impressora buscar a print, como os outros.

Que bom seria se todos fossem um pouco como o Lucas.

.